22 de Julho é comemorado o Dia Mundial do Cérebro, uma data dedicada à conscientização sobre a saúde cerebral e a promover conhecimento sobre a importância do “gerente” do nosso corpo.
Mas além das suas funções mais comuns, como tomar decisões, imaginar, sonhar, etc., o cérebro também está envolvido em processos que muitos sequer imaginam como, por exemplo, a dor, como explica o neuro-ortopedista e especialista no tratamento de dor, Dr. Luiz Fеlipе Carvalho.
“A dor não é apenas uma questão física; fatores psicológicos e processos cerebrais também influenciam como a sentimos. Esses aspectos podem aumentar ou diminuir a chamada ‘percepção da dor’. Quando ocorre uma lesão ou um estímulo doloroso, os receptores de dor, chamados nociceptores, são ativados e enviam sinais ao cérebro via medula espinhal, responsáveis pela sensação de dor”, explica.
Os fatores envolvidos na dor
Ainda de acordo com o Dr. Luiz Felipe Carvalho, todo o processo da dor envolve várias regiões cerebrais e neurotransmissores diferentes.
“Existem vários neurotransmissores envolvidos na modulação e transmissão da dor e que definem a sua intensidade. Por exemplo, a ‘substância P’, um neurotransmissor neuropeptídeo, é liberada por fibras nervosas nociceptivas que comunicam os nervos periféricos ao Sistema Nervoso Central, ela é um dos neurotrasmissores mais importantes para a formação da dor”.
“Mas além dela, neurotransmissores como noradrenalina, dopamina, serotonina e GABA também desempenham papéis importantes no processamento da dor”.
Segundo o estudo “Neurociência da dor: exercícios para dor crônica”, publicado na revista científica Estudios y Perspectivas, pelo Dr. Luiz Felipe Carvalho em parceria com o Pós PhD em Neurociências e membro da Society For Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, diversas áreas cerebrais ajudam na sensação da dor.
“As vias da dor são processadas em distintas áreas cerebrais, abrangendo o córtex somatossensorial, responsável por achar a região da localização de dor no corpo, e o córtex cingulado anterior, que atua na avaliação emocional da dor”, afirma o estudo.